quinta-feira, 31 de julho de 2014

Encontrei-me com ele!

Aquele encontro estava marcado fazia tempo. Eu, já casado e aos quarenta e poucos, marquei sem que ninguém soubesse. O que iriam imaginar se soubessem do meu encontro com aquele homem. Mas criei coragem, marquei com a cumplicidade de uma amiga. Recebi um telefonema lembrando que dia e hora havia chegado, tinha que encarar, era vital que assim agisse. Final do expediente, meio em dúvida, me dirijo ao local antes marcado. Naquela semana não houve um dia que não viesse à memória o momento que estava, agora, tão breve. Em questão de minutos estaríamos frente a frente. Eu não sabia o que dizer, pensava evitar encará-lo. Mas é chegada a hora e nos cumprimentamos. Ele, nem sabia meu nome, limitou-se a “colar” e perguntar com voz compassada: 

-Seu nome é Carlos?

-Sim, senhor!

-Carlos Alberto de Almeida, certo?
-Correto!
Então ele desandou a falar como se já me conhecesse. Sabia da idade e alguns dados familiares. Depois olhou nos meus olhos e perguntou como me sentia. Eu estava trêmulo diante daquele homem desconhecido e que sabia tanto sobre mim. Aí, para meu espanto, ele ordenou:
-Deite-se ali!

A intenção é fomentar a discussão para "quebrar o gelo"
Apontou para uma cama ao lado. Eu, sem nenhuma cerimônia, assenti aguardando o que me ocorreria dali por diante.
Dias intermináveis pensei naquele momento, fiz elucubrações de como se daria aquela nossa intimidade. Sabia que teria que passar por aquilo, era saudável, recomendável à minha idade. Antes daquele encontro convivi na antessala com senhores que, certamente, passariam pelo mesmo “constrangimento”, por assim dizer. Vi-me sem saída! Estava ali, deitado sob as ordens de um desconhecido que já me sugeria descer as calças sem que houvesse nenhuma combinação. Vestiu suas luvas, veio em minha direção, e sem pronunciar uma palavra, foi direto ao assunto!

-Ai, doutor! Contive o grito, mas não meu protesto pelo ato, o toque.

-É assim mesmo, seu Carlos. Não há outro procedimento, mas o desconforto é pequeno em relação ao benefício que o toque traz ao paciente. Sua próstata está perfeita...

Ao contrário do que muitos pensam, saí daquele encontro aliviado. Tinha quarenta e poucos anos em minha “primeira vez”.

No momento em que faço este relato acabo de chegar do meu encontro marcado com meu urologista com o mesmo benefício: Minha próstata está perfeita!

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Falta-nos sensibilidade bastante!

O capítulo de hoje foi um primor. Acostumei-me à fábula das seis, Meu Pedacinho de Chão. É de encher os olhos e a alma esse remake da novela de mesmo título, com 185 capítulos e nove meses de exibição, indo ao ar em agosto de 1971. Santa Fé abriga os protagonistas Serelepe e Pituca que vivem um mundo fabuloso em meio a outros belos personagens que enriquecem a trama colorida, criativa, leve e agradável aos olhos de um público sedento de qualidade, principalmente em um horário onde, ainda, se pode juntar a família ao redor de um aparelho de TV, mesmo com a concorrência de outras mídias atrativas. Naquele vilarejo nenhuma querela se estende por tanto tempo e são resolvidas com diálogo. As mulheres usam do bom-senso para dirimir e apaziguar todos os desencontros comunitários. Imagino até – isso é só palpite − que aquela pendenga política se resolverá de modo harmônico, em benefício da cidadania. O diálogo, portanto, é ponto precípuo nas relações humanas.

Benedito Rui Barbosa, seu autor, inaugurava no início da década de 70 o horário das seis, numa proposta educativa e a trama, talvez por isso, era também exibida na TV Cultura de São Paulo, Fundação Padre Anchieta. A verdade é que Meu Pedacinho de Chão, a exemplo do que ocorreu com Cordel Encantado, deixará um vazio naquele horário televisivo brasileiro. Imagino que o remake, assim tão breve, tenha a ver com a tão propalada e perseguida audiência, cuja meta histórica reside em 25 pontos percentuais do Ibope, nunca regida pelo bom gosto ou qualidade do produto oferecido.   

Ao contrário do que muitos pensam o telespectador brasileiro ainda não está afeito a um trabalho artístico do nível de Meu Pedacinho de Chão. Falta-nos sensibilidade bastante para apreciar algo tão belo com maquiagens, figurinos, cenários, planos e fotografia inovadores.

domingo, 27 de julho de 2014

Fi-lo porque qui-lo!

Sabem aquele dia que sentimos tudo feito de forma correta, como manda o figurino, cada coisa colocada em seu justo lugar, após ter vivenciado maravilhoso Sarau do Fórum Independente de Cultura – FIC, na noite deste sábado, com novos talentos na música e poesia, além duma plateia que também nos delicia?! Tudo bem orquestrado, checado, quase perfeito. Aí tem aquele detalhe final, o arremate que faltava para que nos sintamos nos céus. Ocorreu-me hoje, no meio da tarde, após estafante e árduo dia de trabalho. Desde as seis da matina pus a mão na massa, literalmente, para encerrar algo que inicie quando principiou a semana.

Gosto de planejar as ações, saber dos materiais que serão empregados na empreitada do momento, imaginar possibilidades coisa que dá prazer, embora cobre do corpo já maltratado pelo tempo, tempo que faço questão de desperdiçar com coisas que soam como fúteis para uns, saudáveis e reconfortantes para outros. Gosto de “matar” o tempo em empreendimentos domésticos que me possibilitem prazer. Uma rede alpendrada se insere neste contexto como um prêmio a esse labutar. A propósito do tempo quero lembrar o filósofo italiano Mauro Maldonato com sua afirmativa de que “para quem não sabe sonhar e ter esperança, o tempo pode ser um estorvo: pode tiranizar”. Por isso fiz as pazes, já faz tempo e já faz redes!

Como percebem os senhores, meu dia estava feito embarcação em mar manso, vento em popa e céu de brigadeiro. Mas lembram daquele arremate que nos faz sentir nos céus. Para que inventei de arrematar?! Uma pancadinha para que aquele cano tivesse melhor ajustado, afundou minha nau como num dilúvio. E se foi o céu de brigadeiro de outrora. Se acaso perguntarem por que cometi tal desatino, repondo como um certo Jânio: Fi-lo porque qui-lo!

E foi aí que me abateu o triste banzo!

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Conversas com Ariano III

SOBREI NA PROSA!
Surgiu a ideia e resolvemos visitar aquele morador do casarão 418, na Avenida Real do Poço, no Poço da Panela, em Recife. Na mesa do Mustang, antigo ponto de encontro político-literário recifense, resolvemos “cometer” aquela visita. Dia seguinte contatamos a assessoria e marcamos, então, o que para nós soava como um grande encontro.


Nos dias que antecediam nossa ida levantávamos hipóteses sobre as possíveis conversas que fluiriam diante daquele gênio poético paraibano, tão cheio de pernambucanidade. Roberto Numeriano é jornalista, escritor e professor da Universidade Católica, à época companheiro na imprensa sindical, Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco. Regina Célia, também escritora e artista plástica, com incursão na área cinematográfica, havia sido companheira de prancheta, na Empresa Jornal do Commercio. Tínhamos muitas motivações em comum, uma delas era coletiva: Uma prosa com Ariano Suassuna em seu sagrado território, o casarão do Poço da Panela.

Estava prestes a rever o mestre Ariano, agora sem paletó nem constrangimentos. No dia anterior à data marcada chequei o já agendado. Disquei para o casarão buscando a assessoria uma, duas, três vezes. Insisti e obtive sucesso: Alô! É Carlos Almeida... É da assessoria? “Não!”. Aquela voz não parecia desconhecida. Detalhei: É que temos uma visita agendada para amanhã... O professor se encontra? “Encontro-me, sim!”. Os segundos subsequentes não os lembro. Só sei que recebemos uma informação de Brasília, tocante ao Dissídio Coletivo da categoria urbanitária, setor elétrico. Tive que aguardar um fac-símile e elaborar um boletim dirigido aos servidores da Chesf. Não fui ao encontro! 
De volta ao Mustang, ouvi de Roberto e Regina o resumo da ópera: Só inveja, sobrei na prosa!

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Conversas com Ariano II

O ABRAÇO MAIS CARO

Extasiado com aquela Aula Espetáculo, corri para abraçar o senhor de seus oitenta e quatro anos, meu ídolo. Chico César, Secretário Estadual de Cultura, olhou para mim com olhos de espanto. Quis juntar as peças do aparelho celular que se “espatifara” ao chão, notei que alguém já o fizera por mim. Relaxei! Eu e o companheiro Emerson Tomaz participamos do 12º Festival de Artes de Areia-PB, em Setembro de 2011 e, com enorme prazer, apresentávamos os espetáculos circenses, juntamente com o ator Luiz Carlos Vasconcelos. Éramos, então, Jerimum & Xiquexique mais o palhaço Xuxu, bela criação de Luiz Carlos. Encerrada a Semana do Circo, no sábado, missão mais que cumprida. Combinamos que assistiríamos à Aula Espetáculo do mestre Suassuna, no dia seguinte.

À tarde lá estávamos Carlos e Emerson, num misto de Jerimum & Xiquexique, meio que escondidos para curtir o raro momento daquele festival. Até que integrantes do Reisado de Zabelê nos descobrem e fazem graça conosco. Chamam a atenção da plateia e – sorte nossa – da Comissão Organizadora do evento. De repente um recado é chegado à fila de cadeiras onde nos encontrávamos. Parícia, minha esposa, sinaliza com seu cotovelo em minhas costelas: “Aquela moça tá falando contigo, vai lá!”. Era um recado de Chico César que sentenciou: “Não aceito um não. Soldado no quartel quer trabalho. Já dispensei o rapaz do cerimonial”. 

Mas Chico, do que se trata? “Vocês terão meia hora de prosa com o público, aproveitem! Eu darei o sinal para o cerimonial de Ariano Suassuna”. Na apresentação do mestre iniciei dizendo que, depois daquele evento, morreria satisfeito. Quase morro de vergonha no abraço a Ariano, ao final do espetáculo. Ele, tranquilo, me confessou ao ouvido:

“Jerimum, este foi o abraço mais caro que já recebi”. E sorriu!

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Conversas com Ariano I

EU E MEU RIDÍCULO PALETÓ
Aluguei um paletó e fui ter com aquele homem importante. Dias antes havia pedido um favor a Raimundo Carrero, copidesque do Diário de Pernambuco, na metade da década de 70, depois tornado escritor da melhor estirpe pernambucana. Eu trabalhava no “protocolo”, entregava correspondências em todos os setores daquele matutino. Carrero – assim era chamado – atendeu meu pedido e conseguiu uma bolsa de estudos para uma jovem da periferia de Recife.

“Almeida, a bolsa da sua amiga está garantida”. Entregou-me um papel com dia e hora marcados para a entrega. Disse-me, ainda, que eu pegaria a "encomenda" com o Secretário. Mas quando me citou o nome senti uma tremura nas pernas: “Ariano Suassuna, Almeida. É ele o Secretário de Educação e Cultura do Recife”. No dia marcado estava lá! Aguardei minha vez, fui anunciado, entrei. Trajava um paletó da moda e vi o contraste nos trajes do Secretário.

Fiquei parado, nem sei por quanto tempo, pensando em minha mancada (hoje mico). O Secretário, solícito, convidou-me a sentar e não se limitando a entregar os “papéis”, contidos num envelope, puxou assunto. Deixou-me à vontade naquela conversa amena que durou de trinta a quarenta minutos. Ao contrário do que muitos pensam meus olhos e a mente giravam em torno da calça e camisa cáqui, mangas abotoadas e um par de alpercatas sem muito esmero. Estava diante da simplicidade daquele homem importante, proseando com Ariano Suassuna: eu e meu ridículo paletó!

terça-feira, 22 de julho de 2014

Impagável!

“Alô, Almeida, aqui é Diana quem fala! Há muito tempo procuro por você. Nunca o esqueci, sempre perguntei à minha mãe, irmãos e amigos. Ninguém me dava notícias suas...”.

Ontem, em casa de uma amiga, tomava um chá quando toca um celular. Era o meu. Por mero acaso carregava comigo. Sabem, aqueles que me conhecem, não costumo conduzi-lo e, por isso mesmo, atendê-lo é um ato não muito corriqueiro. Enfim atendo à ligação cujo número não me era familiar, aquela voz soava desconhecida, portanto. Ariano Suassuna conta que seguia certo ritual ao atender um telefonema. Aliás, o fonema “telefonema” está em desuso, uso-o por falta de hábito. Mas o mestre Suassuna diz seguir o rito necessário: Alô! Aqui é fulano! Com quem falo? Assim procedi, lembrando e seguindo este grande paraibano para quem, neste momento, a Compadecida deve lançar seu olhar para mantê-lo cá entre nós, quiçá, por um bom tempo. A vida armorial assim aguarda! 

Ao contrário do que muitos pensam, a conversa rendeu ao telefone, emocionante! Aquela menina de seus oito anos, hoje é mãe de filhos já graduados e reside não mais em Princesa Isabel, sua terra natal, mas em São Bento, sertão do torrão Paraíba. Diana lembra das minhas contações de estórias que a faziam dormir, a partir de leituras ou mesmo autorais. O fato é que a filha de dona Neves nunca me esquecera. Eu, do mesmo modo, não a esqueci, nem de sua mãe e os irmãos Carlos, Roberto e Tadeu. Ali fui adotado como filho postiço enquanto aguardava chamado para minha experiência no Carmelo, em Camocim de São Félix.

Ser lembrado, após trinta e um anos como se fora ontem, é impagável!

domingo, 20 de julho de 2014

A gente só precisa ouvir!

Abastecimento d’água interrompido. Vaca Brava, a fonte que nos abastecia, secou. Aqui em casa temos água abundantemente, captada nos períodos chuvosos, e hoje sem potabilidade, pouco menos de cento e vinte mil litros. Resolvi, então, que neste domingo faria uma engenhoca e teria um processo de decantação. Trabalhei duro sozinho e só. Aproveitei a casa vazia e me joguei nessa tarefa. Teremos água com potabilidade e, se contarmos com alguma chuva, o processo de armazenamento contará, ainda, com certa sofisticação. Aproveitei e adotei um sistema de calhas com filtros de garrafas pet.


Ao final sentia-me exausto e contemplado, ao mesmo tempo. Meu Banzo Dominical iria pro espaço dado ao enfado que tomara conta do corpo que implorava cama. Deitei-me numa rede e “curiei” alguns canais a cabo. Queria o Art 1, mas parei no Cinemax. O título, de imediato, chama minha atenção: “O som do coração”. Num piscar de olhos tive minhas energias restabelecidas me detendo ao filme. Lyla Novacek, uma jovem violinista, tem a maternidade frustrada pela truculência do seu pai; Evan Taylor cresce sem o amor dos pais e seu pai, Louis Connelly, também músico, vaga pela vida em busca do amor que nunca esquecera.

A música, esse encanto dos céus, é o grande elo entre eles e Evan tem a música dentro de si com virtuosidade. Recomendo a película que me proporcionou lágrimas e afugentou meu banzo. 

“A música está ao nosso redor. A gente só precisa ouvir!”

sábado, 19 de julho de 2014

Caiu a ficha!

"De repente, não mais que de repente", a literatura brasileira perde João Ubaldo Ribeiro. Quase no mesmo compasso perde, também, Rubem Alves. Não faz muito tempo, perdemos Arthur da Távola. Todos professores, coincidentemente, com incursão na literatura e amantes da boa música. Quem avalia sabe que o Brasil fica mais pobre.

Confesso minha maior afinidade com o Rubem, embora reconheça a pujança dos valores de Ubaldo e Arthur. O fato de ser filósofo e ter a Educação como prioridade, em sua vida, me fez seu fã, adepto de suas teses, admirador de sua obra e personalidade. Fico imaginando de quanto em quanto tempo a natureza, tão pródiga, nos propicia mentes tão lúcidas, irrequietas, produtivas. Particularmente, quando imagino o mundo sem um Rubem, "O Educador", é que sinto a pobreza de ideias batendo à nossa porta.

"Escrever é o meu jeito de ficar por aqui. Cada texto é uma semente. 
Depois que eu for, elas ficarão. Quem sabe se transformarão em árvores!
Torço para que sejam ipês amarelos..."

(Rubem Alves)

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Que Rubem ainda, e muito, nos encante!

Era em Kant que deveria me concentrar. Sento-me à mesa, espalho folhas, livros, faço anotações... Ao contrário do que muitos pensam me perco absorto, no tempo, ao lembrar o grave estado de saúde de Rubem Alves cuja vida pôs a serviço da educação. Assim a noite ficou pequena para lidar com Filosofia, em Resposta à pergunta: o que é “esclarecimento”? Quase não havia espaço para Kant, só Rubem vinha à lembrança.
Tenho o hábito de estudar ouvindo música instrumental que, ouvida baixinho, harmoniza e concatena as ideias. Eis que ouço, aleatoriamente, “Meu Pequeno Cachoeiro”, autoria de Raul Sampaio e tornada hino de Cachoeiro do Itapemirim, em 1966, com o título original: “Meu Cachoeiro”. O que tem a ver “isso” com as calças, respondo! Outro Rubem, o Braga, é de lá, nascido em janeiro de 1913. Suas crônicas se encerraram com sua morte, em dezembro de 1990.


“Sempre tenho confiança de que não serei maltratado na porta do céu, e mesmo que São Pedro tenha ordem para não me deixar entrar, ele ficará indeciso quando eu lhe disser em voz baixa: Eu sou de lá de Cachoeiro...”.
Torço para que Deus lembre e chame, também, o Rubem Alves, esse menino sabido: Mas sem tanta pressa, daqui a uns 90 anos!

quarta-feira, 16 de julho de 2014

A fórmula perdida

"Enquanto a sociedade feliz não chega, que haja pelo menos 
fragmentos de futuro em que a alegria é servida como 
sacramento, para que as crianças aprendam que o 
mundo pode ser diferente. Que a escola, 
ela mesma, seja um fragmento do 
futuro..." (Rubem Alves)

Semana passada, na UEPB, participei de seminário sobre Educação, em Prática Pedagógica em Filosofia III. Quando do sorteio da temática logo me ocorreu um nome para suscitar um bom debate: Rubem Alves!
Esse mineiro de Boa Esperança há muito me encanta. Rubem Alves é o tipo de homem que a natureza perdeu a fórmula. Escritor, teólogo, psicanalista, poeta, filósofo e educador incansável sempre postulando algo novo para modelo de educação inclusiva e transformadora.
Hoje, em minha leitura já habitual no “O mundo e suas voltas” blog de Ana Débora Mascarenhas, soube do estado de saúde de Rubem Alves. Busquei mais informações e conferi que aquele nosso amigo se encontra internado no Centro Médico de Campinas com uma infecção pulmonar.
Eu, como Ana, anseio que Rubem Alves volte a ter "asas nos pés".
Por fim sugiro que assistam ao vídeo de pouco mais de três minutinhos e confiram “O papel do professor”: 

segunda-feira, 7 de julho de 2014

"Nenhum jogador é tão bom como todos juntos"

Ao contrário do que muitos pensam, isso não minha invencionice, trata-se de uma célebre frase de Alfredo Di Stéfano, de fato o maior jogador argentino de todos os tempos. O craque Di Stéfano nasceu em Buenos Aires, em 04 de julho de 1926 e hoje se despediu do mundo que encantou com seu futebol alegre e veloz.


Fiz questão de lembrar a frase do craque argentino justamente nesta noite que antecede à partida semifinal entre Brasil e Alemanha. Avaliemos o que ocorreu com o esquete brasileiro a partir da saída de Neymar, fato mais que consumado. Com Neymar & Cia tínhamos quase a obrigação de ganhar a copa do mundo que patrocinamos. Isso era ponto pacífico, público e notório. Hoje jogadores e comissão técnica serão perdoados caso haja um “tropeço” diante de um adversário valoroso que há pelo menos seis anos se prepara para este campeonato mundial.


"Nenhum jogador é tão bom como todos juntos". Meu raciocínio é que além de tirar um fardo das costas de cada um jogador da nossa seleção, por se ter a “desculpa” e a compreensão brasileira pelo desfalque sofrido, jogarão com uma proposta coletiva, sabendo que dependerão apenas deles mesmos para realizar seus sonhos, os sonhos nossos e do próprio Neymar que tanta contribuição deu para essa caminhada.

Encerrando, lembro! Comparando um a um os jogadores brasileiros com os alemães, não vejo vantagem alguma para o escrete germano. Pelo contrário, nossos jogadores ocupam lugares estratégicos em seus clubes, principalmente os europeus, onde disputam a tão concorrida Liga dos Campeões, com alguns deles sendo campeões em algumas temporadas. A Alemanha tem conjunto, mas é lenta e joga numa área curta do campo, propiciando contra ataques mortais caso encontre uma equipe que seja objetiva – na marcação sob pressão – e tenha um passe preciso, explorando esse espaço deixado entre a zaga e seu guarda metas, o goleiro/líbero Manuel Neuer.

Virtude e fé: Pra frente Brasil!

domingo, 6 de julho de 2014

O joio e o trigo!

É com alma cheia de encantamento que leio “Olhos que vêem”, de Ana Débora Mascarenhas com O MUNDO E SUAS VOLTAS. Só a beleza desse texto pra defenestrar da minha alma o banzo que me domina, mas que é igualmente coletivo. Da mesma forma que Miguelim, a criatura de Guimarães Rosa, carecemos de óculos que nos permitam enxergar o futuro e, neste caso específico, não olhar para trás em busca de um passado ainda tão presente. Carecemos mais que enxergar, ver o mundo colorido como Ana sugere ao filho, Pedro, em busca de colorir aquilo que queremos e precisamos ver. Eu, por mim, me ponho a escrever:http://asvoltasqueomundodar.blogspot.com.br
Ao contrário do que muitos pensam, muitos pensam ao contrário. O futebol é sim um dos pilares sociais para a afirmação nacional, quer queiramos, quer não. Uma mostra disso é a comoção nacional com a perda de Neymar para a truculência reinante no futebol cujo fair-play é apenas figuração para as câmeras em um evento onde o mundo se gruda na TV. Neymar, muito mais que nós, carece dos óculos de Miguelim e as possíveis lentes coloridas de Pedro para voltar a ver o mundo colorido e forjar outros sonhos. O sonho de ser protagonista numa copa do mundo disputada no Brasil, infelizmente, foi interrompido pela truculência antidesportiva de Zuñiga, lateral colombiano que momentos antes esteve por lesionar Hulk num lance tão desleal quanto àquele com Neymar.
Pena! Que pena que não veremos mais os dribles, a alegria e seu protagonismo nesta copa do mundo. E já que falamos em pena, há como comparar uma mordida àquele golpe desferido contra o sonho de um menino travesso em brilhar nos gramados brasileiros, como se fora a sala de estar de sua própria casa? Há que se pensar em penas que privilegiem o futebol arte e o talento em detrimento da covardia e ante futebol. Separemos, então, o joio do trigo:
Nos gramados dessa copa
Há plantados joio e trigo
No trigo que nele cresce
Tem-se o joio a separar
Falo de Neymar, de Messi...
Onde há drible, brilho, ginga
Já o joio a se extirpar
Tá no exemplo de Zuñiga!

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Rumo a ABL!

Jerimum está empolgado, ao contrário do que muitos pensam, com a copa do mundo e faz suas previsões sobre as rodadas de hoje e de amanhã, pelo mundial. Leiam:

“Acho que duas seleções vão se despir da copa. Primeiro é a Calumbia que vai abarcar no ero porto de Canjica direto pra Boicotá. Amanhã é a vez da Germana dizer xau! Falo isso com muita impropriedade porque estou embaçado na abreugrafia das duas esquadrias. A esquadra alemã vai precisar acamar os ânimos dos atletas que vão pizzar no estágio do Maracanã. Ela poderá até ganhar se, por um ocaso, a Franca açoitar o jogo deles. O centreford vai acatar pela direita e o center-half penetra pelo meio da sua indefesa. Assim a Franca vai ser abrigada a não se abrir pra aviltar a penetração aniversária.

A merma coisa acoitecerá com o Brasil. Acentuação pode se compilar pro laudo da nossa seleção. Contra a Calumbia não vamos encontrar afresco, vai ser uma déspota muito assurrada, muito dura, digma de uma semi-infernal de copa do mundo. O pior é que Neymar sofreu uma confusão no joelho e uma abstenção moluscular indivíduo a uma inflação não marcada pelo arbítrio do jogo passado contra os chinelos.

Já pára o jogo de hoje a seleção deve ser subversiva a uma preeleição (antes de adestrar ao gramado) com uma psicógola pra ter uma injunção de ânimo. Olhando por esse Klisman dá pra postar na esquipa brasileira uma vez que Neymar está total mente remunerado para a par tida de logo, mas...”.

Muito pensam ao contrário e, pelo jeito, Jerimum vai se dar bem na carreira de escritor. É como ele bem diz:

“Hoje eu resíduo em Esperança, mas breve mente me radicalizarei no Rio de Janeiro, quando com correr a uma cadeia na ABL – Academia Brasileira de Lepras”.