terça-feira, 22 de julho de 2014

Impagável!

“Alô, Almeida, aqui é Diana quem fala! Há muito tempo procuro por você. Nunca o esqueci, sempre perguntei à minha mãe, irmãos e amigos. Ninguém me dava notícias suas...”.

Ontem, em casa de uma amiga, tomava um chá quando toca um celular. Era o meu. Por mero acaso carregava comigo. Sabem, aqueles que me conhecem, não costumo conduzi-lo e, por isso mesmo, atendê-lo é um ato não muito corriqueiro. Enfim atendo à ligação cujo número não me era familiar, aquela voz soava desconhecida, portanto. Ariano Suassuna conta que seguia certo ritual ao atender um telefonema. Aliás, o fonema “telefonema” está em desuso, uso-o por falta de hábito. Mas o mestre Suassuna diz seguir o rito necessário: Alô! Aqui é fulano! Com quem falo? Assim procedi, lembrando e seguindo este grande paraibano para quem, neste momento, a Compadecida deve lançar seu olhar para mantê-lo cá entre nós, quiçá, por um bom tempo. A vida armorial assim aguarda! 

Ao contrário do que muitos pensam, a conversa rendeu ao telefone, emocionante! Aquela menina de seus oito anos, hoje é mãe de filhos já graduados e reside não mais em Princesa Isabel, sua terra natal, mas em São Bento, sertão do torrão Paraíba. Diana lembra das minhas contações de estórias que a faziam dormir, a partir de leituras ou mesmo autorais. O fato é que a filha de dona Neves nunca me esquecera. Eu, do mesmo modo, não a esqueci, nem de sua mãe e os irmãos Carlos, Roberto e Tadeu. Ali fui adotado como filho postiço enquanto aguardava chamado para minha experiência no Carmelo, em Camocim de São Félix.

Ser lembrado, após trinta e um anos como se fora ontem, é impagável!

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