domingo, 6 de julho de 2014

O joio e o trigo!

É com alma cheia de encantamento que leio “Olhos que vêem”, de Ana Débora Mascarenhas com O MUNDO E SUAS VOLTAS. Só a beleza desse texto pra defenestrar da minha alma o banzo que me domina, mas que é igualmente coletivo. Da mesma forma que Miguelim, a criatura de Guimarães Rosa, carecemos de óculos que nos permitam enxergar o futuro e, neste caso específico, não olhar para trás em busca de um passado ainda tão presente. Carecemos mais que enxergar, ver o mundo colorido como Ana sugere ao filho, Pedro, em busca de colorir aquilo que queremos e precisamos ver. Eu, por mim, me ponho a escrever:http://asvoltasqueomundodar.blogspot.com.br
Ao contrário do que muitos pensam, muitos pensam ao contrário. O futebol é sim um dos pilares sociais para a afirmação nacional, quer queiramos, quer não. Uma mostra disso é a comoção nacional com a perda de Neymar para a truculência reinante no futebol cujo fair-play é apenas figuração para as câmeras em um evento onde o mundo se gruda na TV. Neymar, muito mais que nós, carece dos óculos de Miguelim e as possíveis lentes coloridas de Pedro para voltar a ver o mundo colorido e forjar outros sonhos. O sonho de ser protagonista numa copa do mundo disputada no Brasil, infelizmente, foi interrompido pela truculência antidesportiva de Zuñiga, lateral colombiano que momentos antes esteve por lesionar Hulk num lance tão desleal quanto àquele com Neymar.
Pena! Que pena que não veremos mais os dribles, a alegria e seu protagonismo nesta copa do mundo. E já que falamos em pena, há como comparar uma mordida àquele golpe desferido contra o sonho de um menino travesso em brilhar nos gramados brasileiros, como se fora a sala de estar de sua própria casa? Há que se pensar em penas que privilegiem o futebol arte e o talento em detrimento da covardia e ante futebol. Separemos, então, o joio do trigo:
Nos gramados dessa copa
Há plantados joio e trigo
No trigo que nele cresce
Tem-se o joio a separar
Falo de Neymar, de Messi...
Onde há drible, brilho, ginga
Já o joio a se extirpar
Tá no exemplo de Zuñiga!

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