domingo, 7 de dezembro de 2014

Meu vírus e o pensamento!

Meu relógio marca o tempo, em seu compasso, me orienta ao meio-dia e meia. Quase encerrando resenha de um texto kantiano “Que significa orientar-se no pensamento?”, sou testemunha auricular de um ruído que, certamente, passa despercebido por muita gente, brasis afora. Rafiro-me ao ruído do “Esquenta” do Plim-plim. 
Ao contrário do que muitos pensam, muitos pensam ao contrário, não estou de olho grudado na TV, sou vítima passiva desse mal gosto e descomprometimento com a vasta, rica e pomposa cultura brasileira. Sou nada ouvidos pra esse lixo televisivo que, recorrentemente, contexto. Mas o som se propaga pelo ambiente e sou atingido de cheio com os gêneros e personagens tão batidos e repetitivos, como se o Brasil só produzisse essa “coisa”. Aqui não falto com respeito aos gêneros musicais e seus personagens, mas indigno-me com tão poucas opções para uma TV que “comete” uma programação nacional, padronizando hábitos e costumes, colonizando – por assim dizer – com o viés burguês de quem detém o quarto poder. Essa herança maldita tem origem no Golpe de 64, com o advento das redes televisivas. E parece que conseguiram aniquilar o pensamento e bom gosto, pelo menos de boa parte da nossa gente.

Indigno-me por saber do quanto produzimos em arte, detentores que somos das mais variadas manifestações culturais. Antes das redes nacionais de TV, produzíamos rádio-teatro, tele-novelas, programas jornalísticos, humorísticos... na radiodifusão e canais locais de TV. Meio século dessa colonização “sorrateira” nos faz imaginar, até, que não existimos neste âmbito da produção cultural. Nossos artistas e agentes culturais de modo geral, técnicos, comunicadores, nas diversas mídias, não existem nessa ótica perversa da colonização que nos massacra.

Aproveito e jogo praga: Ah se um dia fôssemos infestados pelo vírus da indignação ou que nos orientássemos no pensamento!

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