Ao contrário do que muitos pensam, muitos pensam ao contrário, não estou de olho grudado na TV, sou vítima passiva desse mal gosto e descomprometimento com a vasta, rica e pomposa cultura brasileira. Sou nada ouvidos pra esse lixo televisivo que, recorrentemente, contexto. Mas o som se propaga pelo ambiente e sou atingido de cheio com os gêneros e personagens tão batidos e repetitivos, como se o Brasil só produzisse essa “coisa”. Aqui não falto com respeito aos gêneros musicais e seus personagens, mas indigno-me com tão poucas opções para uma TV que “comete” uma programação nacional, padronizando hábitos e costumes, colonizando – por assim dizer – com o viés burguês de quem detém o quarto poder. Essa herança maldita tem origem no Golpe de 64, com o advento das redes televisivas. E parece que conseguiram aniquilar o pensamento e bom gosto, pelo menos de boa parte da nossa gente.
Indigno-me por saber do quanto produzimos em arte, detentores que somos
das mais variadas manifestações culturais. Antes das redes nacionais de
TV, produzíamos rádio-teatro, tele-novelas, programas jornalísticos,
humorísticos... na radiodifusão e canais locais de TV. Meio século dessa
colonização “sorrateira” nos faz imaginar, até, que não existimos neste
âmbito da produção cultural. Nossos artistas e agentes culturais de
modo geral, técnicos, comunicadores, nas diversas mídias, não existem
nessa ótica perversa da colonização que nos massacra.
Aproveito e jogo praga: Ah se um dia fôssemos infestados pelo vírus da indignação ou que nos orientássemos no pensamento!
Aproveito e jogo praga: Ah se um dia fôssemos infestados pelo vírus da indignação ou que nos orientássemos no pensamento!
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