domingo, 14 de dezembro de 2014

O ódio que assusta!


Tenho vindo pouco ao face, blogs e à net. Sou seleto quanto à programação televisiva, mas vez por outra me deparo com o golpismo que circunda a democracia, conquistada a duras penas, com sangue, suor e lágrimas de brasileiros que acreditavam ser possível sonhar em um mundo sob o prisma da liberdade, igualdade e fraternidade.
Quem vem à rua, ou às redes sociais, sugerindo um golpe militar como saída para a conjuntura brasileira, desconhece a história. No mínimo nunca ouviu relatos daquilo que se apresenta como o mais triste período do Brasil República – sem se esquecer do período escravocrata da nossa história −, onde o “Ame-o ou deixe-o” era a senha para o exílio, às mutilações nas torturas (físicas e psicológicas), os desaparecimentos e, por fim, às mortes de líderes estudantis, sindicalistas e políticos.

Informo, a todos os que ao golpe recorrem, que o único crime cometido por esses tantos brasileiros, cujas famílias ainda hoje clamam por justiça, ainda hoje sem notícias de muitos dos seus entes, foi a defesa da democracia. Que os defensores de um golpe se coloquem, por um breve momento que seja, na pele desses bravos homens e mulheres brasileiras. Jovens, em sua maioria, com carreiras promissoras em suas áreas de atuação: jornalistas, teatrólogos, artistas, compositores ou trabalhadores urbanos e rurais dados à luta por um Brasil dos brasileiros, livre da escuridão instaurada em 64.
Por fim, saibam o que ocorreu a Gregório Bezerra, um dos arautos da resistência ao golpe militar de 64 que, preso em Cortêz, zona canavieira de Pernambuco, foi transferido para o Recife, onde foi torturado e arrastado pela praça do bairro de Casa Forte, com uma corda no pescoço, e teve os seus pés imersos em solução de bateria de carro, ficando em carne viva, e este espetáculo foi exibido pelas televisões locais à época. Não encham a boca, as ruas ou as redes clamando pelo golpe. Leiam o relatório final da Comissão Nacional da Verdade
:http://bit.ly/relatoriofinalcnv

Esse ódio assusta!

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