Nova Iorque aguarda a maior tempestade de neve já vista. A nevasca
começou nesta manhã, mas a a expectativa é que se agravasse à tarde e na
madrugada de segunda para terça-feira. Os meteorologistas mais pessimistas
preveem até 90 centímetros de neve, um recorde para a metrópole. Na costa
nordeste dos Estados Unidos da América (EUA) essa nevasca já provocou o
cancelamento de milhares de voos. Prevenções excepcionais já foram tomadas para
a chegada da tempestade. A nevasca é um fenômeno meteorológico cujo início se
dá com as nuvens em temperatura inferior a 0°C, onde o vapor
de água se condensa e forma cristais de gelo.
A temperatura baixa exige roupas específicas, lareiras e um aparato de
coisas que minimizem a sensação térmica do clima frio. O uso de botas é muito
comum nesses eventos, servem também como adorno em clima mais ameno, a exemplo
do clima tropical. Até mesmo por essas bandas de cá, onde os termômetros não
descem além dos 20 graus, na maioria das cidades nordestinas. Sou testemunho do
uso desse apetrecho por muita gente à minha volta. Bonifácio Chuá-chuá é um dos
usuários de botinas seja em clima quente, seja em clima frio. Um caso,
envolvendo nosso personagem e as botinas, se passou sob minhas retinas.
Toscanini, filho mais novo de Silvestre Batista e sobrinho de
Bonifácio, trouxera presentes para parentes e amigos, naquele final de ano.
Dentre tantos havia uma bota italiana, bela de gastar os olhos. Beto de Zé
Leite e Heleodório Honorato (Dóro) se encantaram com aquele par de botinas. Fariam
o “par ou ímpar” para ver quem seria o felizardo. Já ensaiavam a disputa quando
aparece Chuá-chuá, se inteira da disputa, interfere e argumenta:
- Pera aí, rapazes! Eu sou o tio de Toscanini, tenho a preferência...
- Tá bom, tio. Calce!
- Oxi, deu certinho no meu pé. A bota é minha!
Bonifácio de pronto pós as botinas debaixo do braço e nem fez questão
de levar a caixa. Na manhã seguinte, todos reunidos na sala de Silvestre, entra
Chuá-chuá, chamando a atenção de todos. Aquelas botas italianas traziam um pé cortado
no bico para deixar livre os dedos de Bonifácio. Perguntado sobre o porquê
daquela proeza, ele explicou:
- Calcei com os dedos dobrados, deu certinho...
- E por que cometeu essa aberração, homem de Deus?!
- A bicha apertou em um pé. Aí tive que aparar o bico!
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