domingo, 25 de janeiro de 2015

Mata...

Convidados pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) trabalhamos ano e meio na “Conscientização Turística”, um dos frutos do Pacto de Cooperação da Zona da Mata, levando uma série de atividades a 21 municípios daquela região. Junto aos técnicos do Sebrae estavam Jerimum e Xique-xique com a irreverência humorística e o cordel na tentativa de atrair a atenção de gestores e comunidades para uma melhor formação no atendimento ao turista que busca as belezas naturais do litoral nordestino.
Então chegava a hora e vez de visitarmos Mataraca, um ponto de turismo regional, município situado na microregião do Litoral Norte paraibano, na divisa com o estado do Rio Grande do Norte. O nome tem origem no tupi-guarani. Matará é uma espécie de ave; aca significa bico, ponta. Belas paisagens compõem suas praias tropicais de águas límpidas. Mas nós precisávamos chegar até o hotel onde reservas já haviam em nosso nome. Naquele utilitário íamos eu, Emerson Tomaz e Carlos Santos, seu proprietário e cinegrafista também contratado pelo Sebrae.
Eu, deitado em meio a colchonetes que protegiam equipamentos de filmagens e outras tralhas, já começava a me inquietar com a demora da viagem. Pelas informações e o tempo decorrido já deveríamos estar na sede do município, quiçá no hotel à beira-mar, em Barra de Camaratuba. Resolvi indagar dos colegas sobre aquele percurso e ouvi, surpreso, que estávamos perdidos, já cegando no Rio Grande do Norte. Sugeri que voltássemos ou que procurássemos informação. Ah! É importante revelar que já passavam das 22 horas, num lugar a esmo, onde não se via sequer luz de pirilampo. Um escuro que dava medo. Foi então que apareceu um ponto de luz, aumentamos a velocidade e percebemos se tratar de uma motocicleta conduzindo duas pessoas. Falei mais alto para abafar o ruído do motor:
- Pergunta, aí, se Mataraca já ficou pra traz?
Emparelhamos o automóvel à motocicleta e Emerson, da porta do carona, desce o vidro e, ao pé da letra, pergunta em voz pra lá de alta:
- Mata...
Ao contrário do que muitos pensam, não houve tempo de completar a frase. Aquela luzinha foi sumindo à nossa frente se assemelhando a algo extraterrestre. Sumiu, escafedeu-se!

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