Amanhecia o dia e algo
de estranho ocorrera. Passaram-se alguns dias para descobrirmos que animal
produzia aquela sujeira, o lixo acondicionado e a ser recolhido pelo caminhão
da coleta estava espalhado pelo quintal, o que nos intrigava, feito
sorrateiramente. Imaginei que fosse um timbu, já se serviu de nossas galinhas,
em épocas passadas. Mas por onde entraria se não há uma brecha, sequer,
separando os quintais e nossa casa. Afinal que bicho era aquele?! Era um gato!
Deu as caras quando da visita de uns amigos recifenses, na primeira semana
deste janeiro. Rolava muita música, vinho e, claro, tira-gostos que,
certamente, chamaram sua atenção. E ele chegou por ali, ainda sorrateiro, não
mais em busca das sacolas plásticas e seus conteúdos, mas miava pedindo comida,
atraído que fora pelo cheiro.
Eu, confesso, sou arredio
a qualquer animal que me deixe propenso ao apego. No passado, ainda criança,
convivi com Tango, mais tarde vieram Rex, Langoni, Frank, Sinatra e Bilú, todos
da família canina. Luma, Gregor e Mimi foram os felinos também de época remota.
Xande, o último felino, aceitamos de presente com muita relutância de seu
Silvestre. Mari, hoje irmã Mariângela, convenceu o avô a criar o gatinho cheio
do dengo de toda a casa até que foi “resgatado” por sua mãe, sumindo pelos
telhados da Maternidade São Francisco de Assis. Todos sentimos, choramos
o sumiço de Xande, o apego é inevitável.
Agora é a vez de um
gato branco com pintas pretas nas narinas, que a princípio voltava só à hora
das refeições e depois sumia. Hoje já o vemos na espreita do abrir a porta. Miau,
miau, miau! Enroscasse em nossas pernas pedindo um carinho só retribuído na
água e na comida. Até já se comprou recipientes e o leite especialmente para ele, mas sem o
dengo que nos cobra. Sorrateiro vai ficando, ficando, ficando... Já penso até em batizá-lo: Caco!
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