Havia o “Música para Todos” e nós, pela proximidade com o Edifício
Tereza Cristina, margeando o Capibaribe, éramos assíduos frequentadores. Aquele
projeto dava oportunidade de se conhecer a música erudita através da Orquestra
Sinfônica do Recife com a pompa e circunstância do Teatro Santa Isabel, palco
das apresentações. Tornamo-nos (quase) íntimos do maestro Eleazar de Carvalho,
seu regente à época. Eleazar inovou o repertório da orquestra com célebres
peças musicais como Zaratustra e Don
Juan (Strauss), além de obras de
Stravinski, Debussy e Ravel, cujo legado foi abraçado pelo maestro Eugene Egan, seu assistente.
Numa
daquelas apresentações, traído pela memória, tive que abandonar o concerto,
saindo às pressas por entre as filas de cadeiras e a plateia que lotava o Santa
Isabel. No meio do “Coro dos escravos hebreus”,
fragmento de Nabuco, ópera de Giuseppe
Verdi, lembrei-me de algo que não devera esquecer. Havia deixado
uma panela comum com macaxeiras ao fogo, enquanto tomava um rápido banho, antes
da saída ao teatro. Por mera precaução não quis utilizar panela de pressão, na
possibilidade do esquecimento. O fato é que esqueci, o “Música para Todos” me
tomara toda a atenção, naquela tarde, pelas obras anunciadas.
Saí desembestado, como diria minha mãe, pela Rua do Sol, parei próximo à ponte Duarte Coelho, olhei para as imediações do Tereza Cristina, buscando algum sinal de fumaça. Nada pude perceber dali, mas ao avançar pelas Ruas da Aurora e Clube Náutico Capibaribe, esquina do Cine São Luiz, vi o estrago que fizera. No quinto andar não dava para divulgar as janelas da nossa quitinete, era fumaça só. O síndico já estava a postos, iniciaria o arrombamento na tentativa de evitar maior propagação do fogo que não se dera. Ao contrário do que muitos pensam, onde há fumaça, necessariamente, não há fogo. A panela com macaxeiras virou cinzas e, minha ópera, fumaça!
Saí desembestado, como diria minha mãe, pela Rua do Sol, parei próximo à ponte Duarte Coelho, olhei para as imediações do Tereza Cristina, buscando algum sinal de fumaça. Nada pude perceber dali, mas ao avançar pelas Ruas da Aurora e Clube Náutico Capibaribe, esquina do Cine São Luiz, vi o estrago que fizera. No quinto andar não dava para divulgar as janelas da nossa quitinete, era fumaça só. O síndico já estava a postos, iniciaria o arrombamento na tentativa de evitar maior propagação do fogo que não se dera. Ao contrário do que muitos pensam, onde há fumaça, necessariamente, não há fogo. A panela com macaxeiras virou cinzas e, minha ópera, fumaça!
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