Na juventude dividi um apartamento com
alguns colegas. A bem da verdade dividi um quitinete, no edifício Tereza
Cristina, 504, ao lado do Cine São Luiz, olhando para o Rio Capibaribe, no
coração do Recife. Ali exerci a comunhão do pouco que tínhamos, só não partilhávamos
escovas de dente. O dinheiro parco era multiplicado cujos rateios nos serviam à
compra do kit de sobrevivência e ainda sobrava para o aluguel, condomínio e, como
não éramos de ferro, para as bebidas, petiscos, aquela farra básica nos fins de
semana.
O
cinema e o teatro, itens indispensáveis, eram de graça.
Eu recebia cortesias para as sinopses, uma vez que confeccionava as
artes do grupo
Severiano Ribeiro a serem publicadas em jornais. Para o teatro recebia
convites na redação do Diário de Pernambuco. O projeto “Música para
Todos”, nos
brindava com a música erudita, também zero oitocentos, no Teatro Santa
Isabel.
No verão o Sol nos convidava à praia, o transporte era precário, mas
barato. Vê-se,
então, que levávamos boa vida. Éramos seis: Sala, quarto, cozinha e
banheiro
servia a todos! Exercíamos, também, a paciência na fila de espera às
nossas
toaletes.
Certo domingo cometemos a proeza de levar uma radiola portátil à praia. Puro exibicionismo matuto. O disco que tocava naquela manhã era “Momentos”, uma coletânea internacional e a agulha quase afunda a primeira faixa: “I Started a Joke” com um Bee Gees bombando à época. Na praia o Sol do meio dia nos sugeria pausa no futebol para mais um mergulho. À saída do mar já não ouvíamos o som portátil tão refinado que possuíamos. Eu, Ailton, Wellington e Geraldo ali, parados, admirados com o fenômeno à nossa frente. O long-play parecia um maracujá de tão enrugado. A vitrola, da mesma forma, estava imprestável, não aguentara o calor fumegante das areias de Boa Viagem.
Amanhã receberei a visita de Ailton que certamente irá chorar ao lembrar “I Started a Joke”, já na agulha. Será um grande reencontro: Ao contrário do que muitos pensam, vou chorar também!
Certo domingo cometemos a proeza de levar uma radiola portátil à praia. Puro exibicionismo matuto. O disco que tocava naquela manhã era “Momentos”, uma coletânea internacional e a agulha quase afunda a primeira faixa: “I Started a Joke” com um Bee Gees bombando à época. Na praia o Sol do meio dia nos sugeria pausa no futebol para mais um mergulho. À saída do mar já não ouvíamos o som portátil tão refinado que possuíamos. Eu, Ailton, Wellington e Geraldo ali, parados, admirados com o fenômeno à nossa frente. O long-play parecia um maracujá de tão enrugado. A vitrola, da mesma forma, estava imprestável, não aguentara o calor fumegante das areias de Boa Viagem.
Amanhã receberei a visita de Ailton que certamente irá chorar ao lembrar “I Started a Joke”, já na agulha. Será um grande reencontro: Ao contrário do que muitos pensam, vou chorar também!
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