Um
colega do Jornal do Commercio – repórter esportivo – certa vez se arvorou a
produzir húmus, no princípio dos anos 90, aproveitando uma granja de sua
propriedade na Zona da Mata pernambucana, mais precisamente em Carpina. O
negócio se mostrava promissor fazendo com que o colega investisse um pouco mais
do seu tempo naquele empreendimento. Ele mesmo cuidava da entrega, fazendo
escoar a produção. Mas precisava investir num utilitário, posto que o automóvel
utilizado, até então, deixava muito a desejar, principalmente no que tange a
agilidade, conforto, capacidade de carga, segurança e, principalmente, legalidade.
O automóvel não aparentava confiabilidade à primeira vista, pois lhe faltavam
retrovisores, jogo de faróis e lanternas. Também não se via nele o jogo de hastes “limpadores
do para-brisas”; buzina não possuía. Carecia um pouco mais de
recursos financeiros para tanto.
Um dia o alertei para os silvos. Ficasse alerta visto que não possuía
documentação do automóvel aqui esmiuçado. Devo lembrar, aos leitores, que os
silvos servem para nos alertar, ficar espertos no trânsito: Um silvo breve - Atenção
Siga (No ato do guarda sinaleiro mudar a direção do trânsito); Dois silvos
breves – Pare! (Para fiscalização de documentos ou outro fim); Três silvos
breves - Acenda a lanterna (Sinal de advertência. O condutor deve obedecer à
intimação); Um silvo longo - Diminua a marcha (Quando for necessário fazer
diminuir a marcha do veículo); Um silvo longo e um breve - Trânsito impedido em
todas direções (Há aproximação do Corpo de Bombeiros, Ambulâncias, Veículos de
Polícia ou de Tropa, ou de Representante Oficial); Três silvos longos - Motoristas
a postos (Nos estacionamentos à porta de teatros, campos desportivos etc).
Há
de se supor que, transitando com tantas irregularidades, aquele meu colega do
JC um dia se veria em maus lençóis. Foi o que se deu. De repente ouviu dois
silvos breves, tinha que parar. Parou! Viu que ia ser enquadrado por quanto
irregular se encontrava com seu veículo. Olhou para trás, o guarda-rodoviário
se aproximando, pós a mão no bolso. Só tinha uma nota: 100 reais. Chega o
guarda e ele, inspirado, deixa a nota ser notada e fala:
-
Seu guarda, eu aposto 100 reais como o senhor vai me multar!
E
o guarda, ainda mais inspirado, pega o dinheiro e emenda:
-
Siga. O senhor perdeu a aposta!
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