quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Perdeu a aposta!

Um colega do Jornal do Commercio – repórter esportivo – certa vez se arvorou a produzir húmus, no princípio dos anos 90, aproveitando uma granja de sua propriedade na Zona da Mata pernambucana, mais precisamente em Carpina. O negócio se mostrava promissor fazendo com que o colega investisse um pouco mais do seu tempo naquele empreendimento. Ele mesmo cuidava da entrega, fazendo escoar a produção. Mas precisava investir num utilitário, posto que o automóvel utilizado, até então, deixava muito a desejar, principalmente no que tange a agilidade, conforto, capacidade de carga, segurança e, principalmente, legalidade. O automóvel não aparentava confiabilidade à primeira vista, pois lhe faltavam retrovisores, jogo de faróis e lanternas. Também não se via nele o jogo de hastes “limpadores do para-brisas”; buzina não possuía. Carecia um pouco mais de recursos financeiros para tanto.
 
Um dia o alertei para os silvos. Ficasse alerta visto que não possuía documentação do automóvel aqui esmiuçado. Devo lembrar, aos leitores, que os silvos servem para nos alertar, ficar espertos no trânsito: Um silvo breve - Atenção Siga (No ato do guarda sinaleiro mudar a direção do trânsito); Dois silvos breves – Pare! (Para fiscalização de documentos ou outro fim); Três silvos breves - Acenda a lanterna (Sinal de advertência. O condutor deve obedecer à intimação); Um silvo longo - Diminua a marcha (Quando for necessário fazer diminuir a marcha do veículo); Um silvo longo e um breve - Trânsito impedido em todas direções (Há aproximação do Corpo de Bombeiros, Ambulâncias, Veículos de Polícia ou de Tropa, ou de Representante Oficial); Três silvos longos - Motoristas a postos (Nos estacionamentos à porta de teatros, campos desportivos etc).

Há de se supor que, transitando com tantas irregularidades, aquele meu colega do JC um dia se veria em maus lençóis. Foi o que se deu. De repente ouviu dois silvos breves, tinha que parar. Parou! Viu que ia ser enquadrado por quanto irregular se encontrava com seu veículo. Olhou para trás, o guarda-rodoviário se aproximando, pós a mão no bolso. Só tinha uma nota: 100 reais. Chega o guarda e ele, inspirado, deixa a nota ser notada e fala:

- Seu guarda, eu aposto 100 reais como o senhor vai me multar!
E o guarda, ainda mais inspirado, pega o dinheiro e emenda:
- Siga. O senhor perdeu a aposta!

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