segunda-feira, 30 de março de 2015

Meninos sabidos!

Logo/Megafone e mestre Dominguinhos
Algo de muito interessante (revolucionário) acontece em Campina Grande. Essa "meninada" do Megafone tem um cuidado desmedido com o que temos de riqueza cultural, principalmente no que tange à nossa musicalidade. O melhor de tudo isso é que não fazem apenas por fazer ou por querer. Sabem exatamente o que querem e como querem com extremo profissionalismo.
Uma das riquezas que passam despercebidas numa obra de arte - de qualquer que seja a vertente – é o momento da criação. A inspiração que teve o artista, em que instante, e a que se deve tal inspiração para materializá-la numa pintura, numa cerâmica ou argila, num poema ou numa partitura. É preciso muita inventividade para essa criação. E no caso da música, mais precisamente, temos uma vastidão de elementos que concorrem para tanta produção mundo afora, mas essa vastidão limita-se a apenas sete notas musicais. No mundo do verso, poesia ou prosa, por exemplo, tem-se também um mundo a contemplar e dele se fazer a abstração necessária à criação. Mas carece, também, muita inventividade. Eu mesmo, mais das vezes, tenho a impressão que tudo que se tinha por criar já foi criado até que me deparo com algo inusitado, genial. Então me bate a ideia de que muito há ainda por se criar.
Há bem pouco tempo contei aqui “Tareco e Mariola”, dia 12 de março último, onde fazia referência à composição de Petrúcio Amorim, umas das mais célebres do cancioneiro popular nordestino. Ali relato como nascera e qual o episódio que motivara tão bela criação. Babo em saber que Cartola, um simples ajudante de pedreiro (sem aqui desmerecê-los e entendendo que aí está a grandiosidade da obra), compõe nada mais, nada menos que “O mundo é um moinho”. Numa visita ao blog Análise sobre música brasileira, leio que “Várias são as histórias sobre a criação dessa canção. As mais famosas são a de que Cartola escreveu a letra após descobrir que sua filha estava se prostituindo e a versão de que Cartola conheceu um rapaz que se apaixonou por uma menina, levou-a para casa e depois ela quis ir embora. Como não se tem nenhuma certeza de qual história é a verdadeira, o melhor mesmo é ressaltar o grande valor que essa música tem na história das músicas brasileiras”.
É exatamente aí que entram os inovadores, intrépidos, inteligentes, jovens e talentosos meninos do megafone. Com eles ganha nossa arte, ganhamos todos nós.

2 comentários :

  1. Emocionante! Obrigado Carlos, você também é importante para o Megafone e principalmente para a cultura, estamos juntos nessa!!!

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  2. Muito obrigado Carlos. Fico muito grato por você apoiar a iniciativa do Megafone e contribuir para a cultura no Brasil, fazendo com que mais e mais pessoas sejam beneficiadas por esse bem maior.

    Silas Oliveira

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