Paixão de Cristo: uma paixão de Esperança |
Digna de qualquer público! Foi a expressão que
usei ao parabenizar todo o elenco do Grupo Teatral Jesus de Nazaré, em sua 16ª
encenação do espetáculo “A Paixão de Cristo”. Vivido e rodado pelo mundo das
artes tenho assistido a uma variedade de espetáculos, principalmente ao ar
livre – desses que não se paga para se ver e se deliciar – brasis afora. No formato
que acabo de assistir tive aquela sensação de ineditismo. Arrojada, corajosa a
montagem “bancada” por Andre de Oliveira Costa.
O melhor de tudo isso é sentir a plateia
degustando o espetáculo, se apropriando daquilo que já julga como seu. É isto
que essas meninas e meninos sabidos significam para seus irmãos esperancenses. E
eu ali, no meio daquela gente sedenta de arte, emocionado com o que via e
sentia. Não é fácil conciliar tantas particularidades em um grupo tão numeroso
de atores e figurantes e ter um resultado surpreendente, pelo menos para os que
não vivenciam o dia-a-dia dos bastidores daquele elenco. Antes de uma cena, luzes apagadas, faço a leitura labial do ator Andre (Cristo) dando a deixa ao centurião que o levaria até o rei Herodes: "É tua hora, vai, entra!".
A grande sacada – e ainda ouvi comentários
desaprovadores – foi contaminar e encantar a todos com um musical. O espetáculo
ganhou brilho e, como dissera antes, originalidade. Coisa nada fácil, primeiro
porque há aí uma quebra na “tradição” que ninguém põe em risco apenas por
arriscar. Há que se ter clareza no que se pretende fazer e contar, acima de tudo,
com os elementos necessários para ousar. “Uma paixão de Esperança”, sem tirar
nem por! Nada fica a dever a qualquer espetáculo do gênero pelo mundo
afora.
Estão de parabéns todos que de alguma forma contribuíram
para o êxito dessa Paixão de Cristo inovadora. Diretores, atores,
técnicos, figurantes e o público presente às três encenações dessa versão 2015.
Aos patrocinadores fica a lição de que Arte é feito pão que nos alimenta
todo santo dia. Ou, se queira, semanalmente: É pão que alimenta a alma,
sustentáculo do corpo.
Ano passado foi a primeira versão do musical "Messias, a Paixão de Cristo". Esse ano foi mais enxuto, cenas rápidas como pede a geração que nasceu nos tempos do vídeo-clipe. Também parabenizo a todos e, apesar do processo ser lento, espero mais ousadia neste e outros espetáculos a cada dia.
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