sexta-feira, 3 de abril de 2015

Uma paixão de Esperança

         Paixão de Cristo: uma paixão de Esperança
Digna de qualquer público! Foi a expressão que usei ao parabenizar todo o elenco do Grupo Teatral Jesus de Nazaré, em sua 16ª encenação do espetáculo “A Paixão de Cristo”. Vivido e rodado pelo mundo das artes tenho assistido a uma variedade de espetáculos, principalmente ao ar livre – desses que não se paga para se ver e se deliciar – brasis afora. No formato que acabo de assistir tive aquela sensação de ineditismo. Arrojada, corajosa a montagem “bancada” por Andre de Oliveira Costa.
O melhor de tudo isso é sentir a plateia degustando o espetáculo, se apropriando daquilo que já julga como seu. É isto que essas meninas e meninos sabidos significam para seus irmãos esperancenses. E eu ali, no meio daquela gente sedenta de arte, emocionado com o que via e sentia. Não é fácil conciliar tantas particularidades em um grupo tão numeroso de atores e figurantes e ter um resultado surpreendente, pelo menos para os que não vivenciam o dia-a-dia dos bastidores daquele elenco. Antes de uma cena, luzes apagadas, faço a leitura labial do ator Andre (Cristo) dando a deixa ao centurião que o levaria até o rei Herodes: "É tua hora, vai, entra!".
A grande sacada – e ainda ouvi comentários desaprovadores – foi contaminar e encantar a todos com um musical. O espetáculo ganhou brilho e, como dissera antes, originalidade. Coisa nada fácil, primeiro porque há aí uma quebra na “tradição” que ninguém põe em risco apenas por arriscar. Há que se ter clareza no que se pretende fazer e contar, acima de tudo, com os elementos necessários para ousar. “Uma paixão de Esperança”, sem tirar nem por! Nada fica a dever a qualquer espetáculo do gênero pelo mundo afora.
Estão de parabéns todos que de alguma forma contribuíram para o êxito dessa Paixão de Cristo inovadora. Diretores, atores, técnicos, figurantes e o público presente às três encenações dessa versão 2015. Aos patrocinadores fica a lição de que Arte é feito pão que nos alimenta todo santo dia. Ou, se queira, semanalmente: É pão que alimenta a alma, sustentáculo do corpo.

Um comentário :

  1. Ano passado foi a primeira versão do musical "Messias, a Paixão de Cristo". Esse ano foi mais enxuto, cenas rápidas como pede a geração que nasceu nos tempos do vídeo-clipe. Também parabenizo a todos e, apesar do processo ser lento, espero mais ousadia neste e outros espetáculos a cada dia.

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